SINOPSE
«Como todos os livros, também este é impelido pelo desejo de deixar que algo sobreviva, de tornar presente o que está no passado, de conjurar o que foi esquecido, de dar voz ao que é mudo e de chorar o que se perdeu.»
A história do mundo está repleta de coisas que, desaparecidas, destruídas ou simplesmente esquecidas, se perderam para sempre.
Animais, inteiras porções de terra, objetos e construções humanas que vivem agora uma espécie de não-existência, dependentes da imaginação ou da memória para serem resgatados de volta ao presente.
Cada uma das doze histórias que compõem este «inventário» apresenta uma realidade cujas fronteiras entre a presença e a ausência se tornaram ténues ao ponto de se confundirem entre si. Assim, partindo de poucos fragmentos e sempre entre a ficção, a biografia e o ensaio, um quadro perdido de Caspar David Friedrich, uma espécie de tigre há muito extinta, a escrita sagrada de uma antiga religião ou os pensamentos de uma Greta Garbo envelhecida que sonha com um último papel tornam-se janelas para um mundo perdido, uma forma de, com tanto de realista como de visionário, preencher o vazio.